terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cabecinha




A fase é muito interessante: passa 1000 coisas pela sua cabecinha, criativa e imaginativa. É interessante como ela mistura realidade com imaginação. Ela começa a contar alguma coisa que aconteceu, aí emenda com histórias da sua cabeça. Não é mentira (algo que ela já sabe o que é, e que nós monitoramos prá tentar saber quando acontece), mas criação, em cima da sua realidade. Com música ela também faz isso, pega a melodia de uma música conhecida, e cantarola coisinhas. É muito bom vê-la desenvolvendo nesse sentido. E agora que ela retornou a frequentar a escolinha, creio que as idéias fervem na sua cabeça, já que é um ambiente diferente e estimulativo.

Outro dia ela começou: "lembra quando você (no caso, eu) era pequinininho e tava aqui na minha barriga? eu dava mamá prá você, e você chorava, chorava. E eu falava 'não precisa chorar'. Eu colocava uma coberta prá você dormir" E mais algumas coisas que eu não entendi, e outras que eu não lembro.

Quando está com sono, ela tenta "escapar" da rotina pré-repouso, mas por pura preguiça mesmo. Colocar pijama, fazer "fifi", escovar dentes, rezar, e cama. Na hora do pijama, volta e meia sai um "não quero essa blusa, não combina com o shorts". Na hora do "fifi", solta uma "não precisa fazer 'fifi', eu já 'fazi' muito muito". E prá convencê-la de que é importante escovar os dentes (apesar de que ela gosta de escovar, mas a preguiça não deixa), eu mostrei uma foto de quando eu era criança, que tinha os dentes "pretos" por não cuidá-los o suficiente. Imagina eu, uma criança no início dos anos 80, de cabelos ruivos enormes e enrolados... ela me solta uma: "nossa, papai, você tinha os cabelos grandes e horrível..." não me aguentei de tanto rir.

Ou outro dia, eu sentado na cama, falando ao telefone, e ela atrás, me cutucando. Achou um shorts meu e colocou na minha cabeça, achou uma camiseta, colocou por dentro atrás da que eu tava vestindo, grande parte prá fora. Olhou prá mim, sorriu e disse: "papai, você está maravilhoso!"

Ao telefone, é difícil entender tudo o que ela fala (pessoalmente já não é tão fácil), mas ela tagarela tanto, conta tanta história. Legal quando ela tenta "mostrar" alguma coisa por telefone (a mãe dela me conta depois).
Caderno e lápis de cor são prato cheio para ela soltar sua imaginação. Coisas que só ela entende, e algumas delas ela "traduz" para nós. As bonecas também, que precisa de mamá, de comida, dormir. Muito legal.

Enfim, acompanhar isso tudo é bom. A gente ensina, a gente aprende, e tem a sensação de dever sendo cumprido.

E de que ainda há muito por fazer. Com muito prazer.

Paz e Bem!

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