terça-feira, 26 de abril de 2011

Essa menina...

Nossa filhota aparece com cada uma... é incrível como desenvolve as idéias na sua cachola... com 3 anos e poucos, ela não apenas reproduz a realidade, mas externa a sua própria. Relaciona as coisas muito bem, e cria outras.

"Papai, cuidado com o carro, senão ele vai te atropelar, e você vai virar um tomatão!"

"Hoje eu derramei mais ou menos suco na mesinha!"

"O Guilherme pegou minha massinha... chamei a profe, ela disse 'espera aí, já vou'. Aí a minha amiga Sofia foi lá e mordeu ele! Mas é feio morder assim!"

"Quando eu crescer, vou ganhar um violão rosa!" (acho que faz quase 1 ano que ela fala isso)

"Papai, eu acho que se eu comer mais um pouquinho, eu vou explodir!"

"Olha, a Pepita (a gatinha) está falando: 'miau, miau, socorro, eu tô presa'. Você acredita nisso?"

"Levanta, seu monte de parafuso!!! Acorda prá cospir, macacada!!!"

"Por favorzinho, papai! (com carinha de gato-de-botas do Shrek)"

"Oba, hoje vou no circo! Estou até emocionada!!!"

"Venham todos ver uma surpresa maravilhosa!!! (uma montagem com flores! lindo!)"

"Você é Coxa-branca? Eu não sou Coxa-branca, sou Coxa-verde!"

- Papai: "Obrigado papai do céu, pela Ana Clara ser tão feliz, carinhosa e querida!"
- Ana Clara: "Obrigado papai do céu porque me fez, e me deu pro papai e prá mamãe cuidar!"

Essa menina é muito fofa! É interessante também a noção de musica que ela já tem. Um dia no carro começou a tocar uma música do Jack Johnson, com 2 ou 3 segundos da música, ela já soltou "olha, a musica do filme do George o Curioso!" (prá quem não conhece, olha o vídeo aí...)




Ou então eu peguei meu violão, toquei uns 2 ou 3 segundos da música "Leãozinho". Ela reconheceu na hora, e já começou a cantar "Gosto muito de te ver, Leãozinho"!!!

E como gosta de música!!!

Volta e meia pegamos ela cantarolando alguma letra inventada numa melodia conhecida.

Ou então quando assoviamos alguma melodia, ela já adivinha que música é.

Como é bom ver essa inteligência se desenvolvendo!!!

Que Deus conserve toda essa inteligência!!!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Um pequeno balanço desses últimos anos (pelo papai)

As coisas em nossa vida aconteceram um tanto quanto rápidas. A Cris e eu nos conhecemos pela internet, através de um bate-papo pelo MIRC (ainda existe???). Em 2 dias nos falamor por telefone, mais 2 dias nos conhecemos pessoalmente, e mais 3 dias já começamos a namorar. Mais 8 meses estávamos noivos, e outros 9 meses depois já estávamos casados. Mas as coisas aconteceram nessa velocidade porque sabíamos o que queríamos: uma vida juntos. E desde cedo nós planejamos nossa vida (ou pelo menos alguns aspectos dela). E dentro dos planos estava um bebê (que nasceu com pouco mais de 2 anos de casados). Nós costumávamos dizer que nosso amor era tão grande, que seria desperdício ficar só conosco, e que um bebê estaria recebendo também esse amor transbordante. Portanto, nossa filha já foi muito amada antes mesmo de ser concebida.
Quando recebemos a notícia da gravidez, foi a chave para esse amor crescer cada vez mais. Sonhávamos com muitas coisas lindas para quando nacesse, mas também sabíamos que teríamos muita responsabilidade pela frente e muitas barreiras para transpor.
Nós precisamos abrir mão de algumas coisas por causa da nossa filha: planos de viagens, cursos, faculdade da Cris, gostávamos de sair prá dançar, jogar truco com amigos até de madrugada, sair e voltar a hora que tivéssemos vontade, ser os últimos a sair de um casamento ou baile de formatura, desejos financeiros... enfim, era uma nova vida começando, mas deixando uma outra vida para trás.

Mas o que estava por vir seria muito compensador. E realmente foi. Apesar das dificuldades que tivemos, que não foram poucas, essa decisão de ter um bebê foi a mais acertada.
Tivemos alguns problemas. Além das tradicionais noites mal dormidas, acordando de 2 em 2 horas para atender a pequena, a mamãe teve problemas com o leite. O bebê chorava, e achávamos que era dor, mas na verdade era fome. Tivemos que complementar com leite industrializado desde os 2 meses. Depois, as tradicionais cólicas, e um problema que permaneceu por um bom tempo: o refluxo. Foram inúmeras as situações de vômitos. Era angustiante vê-la vomitando após cada refeição, no meio da madrugada, durante uma brincadeira, sofrendo tanto, e nós fazendo tudo o que estava ao nosso alcance, e não conseguir tirar esse sofrimento dela. Desde muito cedo teve que conviver com chás e remédios, para tentar controlar esses vômitos. Mas graças ao bom Deus o problema foi embora.
Tivemos problemas, mas cada vez que víamos uma resposta a um estímulo nosso, um sorriso, a manifestação de segurança de nos ver, uma brincadeira, uma gargalhada, um carinho, todas as coisas ruins iam embora. Sabíamos que tínhamos (e ainda temos) um ser indefeso, totalmente dependente de nós para viver e sobreviver. Era instinto estar atento para atender suas necessidades. Acordar de madrugada era difícil, mas não era um fardo. Era gratificante em saber que pudemos estar ali para atendê-la e satisfazer suas necessidades. Eu não pensava mais só em mim, mas principalmente nelas (mãe e filha) que precisavam de mim mais do que nunca. Um padre amigo nosso falou em uma ocasião que eu nunca esqueci: "o AMOR não pesa." E é real, o amor pela esposa, pela filha, por mais sacrifício que exigisse de mim, não pesava. Porque a satisfação de ver a situação tranquila, o bebê dormindo, a esposa agradecendo carinhosamente, apagava todo o sono, o cansaço, a dor.
E na medida que os meses foram passando, e a Ana Clara crescendo, algumas necessidades sua foram ficando prá trás, e outras começaram a vir. As primeiras palavras (a primeira foi 'papai', às vésperas do dia dos pais - quer presente melhor que esse???), os primeiros passos, os primeiros tombos, os primeiros dentes, tirar as fraldas, os primeiros amiguinhos e suas consequências, as diversas mudanças de casa e cidade, as gripes e febres, os primeiros dias na escolinha... Em cada um desses momentos, ela precisou de alguém para ajudar a superar, e graças ao bom Deus nós, pais, estávamos lá. Sabemos que ela vai precisar muito de nós, quando tiver maiorzinha, na sua adolescência, juventude, quando formar nova família, e pretendemos tentar fazer o máximo para atendê-la quando precisar, sempre tendo em mente que ela precisa também descobrir e aprender a lidar sozinha com algumas situações.


Posso dizer uma coisa: criar e educar um filho NÃO É FÁCIL. Exige muita paciência e dedicação. A criança não tem noção de perigo, não tem noção de muitas coisas, costuma querer que todas as suas vontades sejam realizadas (sendo que nem todas são possíveis ou adequadas). Seria muito mais fácil deixá-lo fazer o que quiser. Mas tenho uma postura mais firme, para fazer minha filha entender que nem tudo é como ela quer. E manter essa postura é díficil, até desgastente, mas extremamente necessária. Ela precisa de limites, e seu padrão de limite quem dá não é escola, parentes, TV, estranhos, mas sim PAI e MÃE.
Não é fácil, mas é GRATIFICANTE, ver que sua filha, que tem personalidade teimosa e geniosa, ainda assim é obediente na maioria das situações (as que não é obeditente, precisamos tratar com rédeas curtas), e principalmente, muito educada e amorosa, alegre e inteligente. As vezes pego pesado para mantê-la na linha, e mesmo assim, ela quer colo, e me enche de beijos e carinho, como quem diz "que bom que você cuida de mim, e tenta me ensinar fazer o que é certo!"
Enfim, se me perguntarem (e perguntam) se valeu a pena, eu respondo de boca cheia: SIM! Faria tudo de novo? SIM! Gostaria de ter mais filhos? SIM! Se for da vontade de Deus, a Ana Clara não será filha única. Porque não há dinheiro no mundo que pague a satisfação e realização de ter um filho. De ser atacado por um monte de beijos. De encontar aquele "toquinho" correndo em sua direção, gargalhando e de braços abertos para dar um beijão e um "esmagão". De ser acordado com beijos e com um "papaizinho, acordaaaa, seu monte de parafuuuso!!" Isso é só um pouquinho da alegria que é ter uma filha amada e amorosa, querida e FELIZ! Ver minha filha feliz é o resultado de toda essa dedicação.
Sou uma pessoa feliz? Sou feliz como nunca em minha vida. Tudo é melhor do que meus melhores sonhos. Graças à uma esposa AMADA e uma filha LINDA. E principalmente, graças a DEUS que me proporcionou tudo isso.

Paz e Bem!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cabecinha




A fase é muito interessante: passa 1000 coisas pela sua cabecinha, criativa e imaginativa. É interessante como ela mistura realidade com imaginação. Ela começa a contar alguma coisa que aconteceu, aí emenda com histórias da sua cabeça. Não é mentira (algo que ela já sabe o que é, e que nós monitoramos prá tentar saber quando acontece), mas criação, em cima da sua realidade. Com música ela também faz isso, pega a melodia de uma música conhecida, e cantarola coisinhas. É muito bom vê-la desenvolvendo nesse sentido. E agora que ela retornou a frequentar a escolinha, creio que as idéias fervem na sua cabeça, já que é um ambiente diferente e estimulativo.

Outro dia ela começou: "lembra quando você (no caso, eu) era pequinininho e tava aqui na minha barriga? eu dava mamá prá você, e você chorava, chorava. E eu falava 'não precisa chorar'. Eu colocava uma coberta prá você dormir" E mais algumas coisas que eu não entendi, e outras que eu não lembro.

Quando está com sono, ela tenta "escapar" da rotina pré-repouso, mas por pura preguiça mesmo. Colocar pijama, fazer "fifi", escovar dentes, rezar, e cama. Na hora do pijama, volta e meia sai um "não quero essa blusa, não combina com o shorts". Na hora do "fifi", solta uma "não precisa fazer 'fifi', eu já 'fazi' muito muito". E prá convencê-la de que é importante escovar os dentes (apesar de que ela gosta de escovar, mas a preguiça não deixa), eu mostrei uma foto de quando eu era criança, que tinha os dentes "pretos" por não cuidá-los o suficiente. Imagina eu, uma criança no início dos anos 80, de cabelos ruivos enormes e enrolados... ela me solta uma: "nossa, papai, você tinha os cabelos grandes e horrível..." não me aguentei de tanto rir.

Ou outro dia, eu sentado na cama, falando ao telefone, e ela atrás, me cutucando. Achou um shorts meu e colocou na minha cabeça, achou uma camiseta, colocou por dentro atrás da que eu tava vestindo, grande parte prá fora. Olhou prá mim, sorriu e disse: "papai, você está maravilhoso!"

Ao telefone, é difícil entender tudo o que ela fala (pessoalmente já não é tão fácil), mas ela tagarela tanto, conta tanta história. Legal quando ela tenta "mostrar" alguma coisa por telefone (a mãe dela me conta depois).
Caderno e lápis de cor são prato cheio para ela soltar sua imaginação. Coisas que só ela entende, e algumas delas ela "traduz" para nós. As bonecas também, que precisa de mamá, de comida, dormir. Muito legal.

Enfim, acompanhar isso tudo é bom. A gente ensina, a gente aprende, e tem a sensação de dever sendo cumprido.

E de que ainda há muito por fazer. Com muito prazer.

Paz e Bem!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"Vai trabalhar de novo??? Não acredito! Mas você já trabalhou muito muito..."

Apesar dessa pérola da Ana Clara parecer possessiva, ela tem uma característica interessante: ela não deixa de ser um "grude" com o papai e a mamãe, mas entende bem quando tem que trabalhar, quando tem que ir prá escola... ela sente falta, mas toca a vidinha. Fica indo na janela esperando papai chegar, mas não fica "desesperada" quando sai prá trabalhar, ou prá fazer alguma outra coisa. Gosta de sair, passear, ir junto, seja num parque, no mercado, na casa de alguém, na missa... Não importa a hora. Ela só quer ir prá casa quando tá com sono (e quem não quer sua caminha quando bate o sono???).

É uma menina muito amorosa conosco, e nos ama incondicionalmente! E demonstra muito isso, em pequenos gestos e grandes abraços e beijos. É geniosa, é teimosa, mas muito carinhosa.

Agora começa uma nova fase para nós: a mamãe começou a faculdade a noite, e agora, e nos próximos 4 anos, quem cuida da pequena em casa a noite é somente o papai. A relação tende a estreitar mais ainda. Vai ser bom ensinar e aprender coisas com ela nesse tempo em que estaremos só nós dois. Mais intenso e profundo. Eu aprender a ter paciência com sua geniosidade e teimosia, ela aprender a lidar com a agressividade contida na sua inquietude. Espero conseguir um bom equilíbrio nessa relação.

Paz e Bem!